sexta-feira, 4 de março de 2011

Mistério que cerca a formação da visão colorida é desvendado

Submitted by Ciência Diária on Friday, 5 November 2010Sem comentários
Matriz de Eletrodo 519 desenvolvido pelo Dr. Mathieson e Dr. Gunning no Centro de Nanofabricação James Watt da Universidade de Glasgow. Crédito: Universidade de Glasgow.

Matriz de Eletrodo 519 desenvolvido pelo Dr. Mathieson e Dr. Gunning no Centro de Nanofabricação James Watt da Universidade de Glasgow. Crédito: Universidade de Glasgow.

Cientistas mapearam o circuito neural envolvido no processamento da cor na visão de seres humanos pela primeira vez, usando aparelhos sofisticados. O artigo intitulado “Functional connectivity in the retina at the resolution of photoreceptors” foi publicado na revista Nature recentemente.

A descoberta da equipe de pesquisadores, do Instituto Salk para Estudos Biológicos da Califórnia e da Universidade da Califórnia, revela como as células diferentes dos cones fotorreceptores na retina se comunicam com as células de saída para construir uma imagem em cor.

A descoberta somente foi possível com a utilização de uma matriz de eletrodo 519, para medir a atividade nas células analisadas, desenvolvida pelo pesquisador Keith Mathieson da Universidade de Glasgow no Reino Unido.

A visão ocorre graças em parte à retina, a qual é uma estrutura em camadas de tecido neural formada por células de entrada (fotorreceptores), células de processamento e células de saída (ganglionares).

Os fotorreceptores são de dois tipos: bastonetes (visão em branco e preto) e cones (visão em cores). A percepção de cor resulta da comparação de sinais recebidos de células cônicas diferentes – elas se diferenciam pelos comprimentos de onda (cores) da luz. Como estes sinais são combinados pela retina e transmitidos pelas células ganglionares para o cérebro tem sido objeto de debate durante anos.

O sistema de matriz de eletrodos registra os sinais neurais em alta velocidade (acima de 10 milhões de amostras por segundo) e com detalhes espaciais refinados. É capaz de detectar localmente até mesmo uma população completa de células minúsculas de saída e densamente espaçadas, com as células “anãs” ganglionares retinais.

Mathieson explica que “a matriz de eletrodo mede os sinais retinais de saída de centenas de células simultaneamente e cria um mapa do relacionamento entrada/saída com resolução e escala sem precedentes”.

Micro lasers unidirecionais com efeito de “galerias sussurrantes” já são realidade

Submitted by Ciência Diária on Tuesday, 14 December 2010Sem comentários
O novo micro laser usa um ressonador elíptico com um entalhe na borda, do porte de comprimento de onda (visto no canto superior direito), para criar raios unidirecionais (canto inferior esquerdo). Crédito: Universidade de Harvard.

O novo micro laser usa um ressonador elíptico com um entalhe na borda, do porte de comprimento de onda (visto no canto superior direito), para criar raios unidirecionais (canto inferior esquerdo). Crédito: Universidade de Harvard.

Utilizando um fenômeno de um século de idade descoberto na Catedral de São Paulo, Londres, cientistas na Universidade de Harvard em colaboração com pesquisadores japoneses demonstraram, pela primeira vez, micro lasers unidirecionais altamente paralelos.

Mais de um século atrás, o cientista britânico Lord Rayleigh questionou como duas pessoas em pé situadas em lados opostos da Cúpula na Catedral de São Paulo podiam ouvir uma a outra ao sussurrar em direção à parede circular. Ele descobriu que o som saia ao longo da superfície lisa da parede com atenuação insignificante devido à dispersão ou absorção.

Aproveitando-se deste conceito, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard realizou uma experiência com raios de luz de micro lasers refletidos em minúsculos discos. Como a atenuação da luz é mínima dentro destes discos lisos, eles funcionam como ressonadores para os menores lasers do mundo. No entanto, os micro lasers apresentaram um problema não solucionado para aplicações práticas: as emissões de raios de luz não eram unidirecionais e sua potência óptica era insignificante.

O efeito apelidado de “modo de galeria sussurrante” prende os raios e não permite que eles ultrapassem os limites do disco. Os pesquisadores tentaram então solucionar o problema deformando os discos, mas os resultados foram desanimadores.

Ao modelar os micro lasers em forma de elipse com um entalhe esculpido fora de sua borda, a equipe de Federico Capasso conseguiu com que o “modo de galeria sussurrante” cíclico escapasse eficientemente para fora do entalhe e emergisse como feixes de luz quase paralelos dos micro lasers.

Os protótipos são lasers de cascata quânticos que emitem uma potência óptica de 5 mili watts a um comprimento de luz de 10 mícrones. O desempenho do micro laser é insensível aos detalhes do entalhe, tornando o projeto deste dispositivo muito robusto.

Segundo o coautor Masamichi Yamanishi, do Laboratório Central de Pesquisas em Hamamatsu no Japão, “a realização bem sucedida destes micro lasers robustos e estruturados de forma simples a partir da fabricação padronizada com base em camadas faz com que seja possível utilizar pequenas quantidades de fontes de luz direcionais em muitos aplicativos importantes como circuitos integrados fotônicos com integração em escala de chip de alta densidade, comunicações ópticas, sensores médicos ou biológicos e ‘lab-on-a-chip’.

Imagem de vírus é construída em aparelho gigante de radiologia

Submitted by Ciência Diária on Thursday, 3 February 2011Sem comentários
Reconstituição de uma imagem de duas partículas virais de Mimivirus obtida graças ao laser LCLS. Crédito: Seibert et al.

Reconstituição de uma imagem de duas partículas virais de Mimivirus obtida graças ao laser LCLS. Crédito: Seibert et al.

Uma equipe internacional de cientistas no laboratório do CNR (Centro Nacional de Pesquisa Científica) na França reconverteu o acelerador de partículas de Stanfort (SLAC) em um gigantesco aparelho de radiologia para ver partículas únicas, como células inteiras, vírus e macromoléculas. Batizado de ELI, o aparelho produz um laser de ultra raio-X capaz de visualizar uma única partícula viral em apenas um flash de femtosegundos (10-15 segundos). O artigo sobre esse trabalho foi publicado hoje na revista Nature e anuncia uma nova era para a biologia estrutural e abre as portas para a utilização de raios-X em estudos das estruturas tridimensionais de objetos biológicos assimétricos, não cristalizáveis, e mesmo em movimento.

Estes estudos validam a viabilidade do uso de um acelerador de partículas como ferramenta de biologia estrutural para obter, em um único “flash” de laser, a fotografia de partículas únicas (vírus, bactérias, proteínas, células…). Eles constituem uma etapa “histórica” no domínio da biologia estrutural.

Na verdade, até agora, duas técnicas permitem estudar objetos biológicos: a radio-cristalografia e a microscopia eletrônica. Os requisitos dessas técnicas (serem “cristalizáveis”, simétricos, estáticos e de tamanho adequado) excluem a maior parte dos objetos biológicos e muitas vezes falseiam os resultados, porque assumem serem todas as moléculas idênticas e impõem uma simetria que, na verdade, não é real.

Com o laser LCLS, todas as partículas podem ser estudadas individualmente, independentemente da sua dimensão e de suas propriedades. A nova técnica anuncia assim uma nova era: a biologia estrutural de objetos únicos.

Os pesquisadores agora estão trabalhando para melhorar a resolução de imagens para visualização detalhada tanto fora como dentro das partículas biológicas.

Transferência de íons de cobre dá insights para remédios contra o câncer

Submitted by Ciência Diária on Monday, 18 October 2010Sem comentários

Saber mais sobre as proteínas é uma forma de compreender como as células atuam durante a saúde e doença. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Tel Aviv, Israel, recaiu sobre as proteínas da membrana, responsáveis pela troca de elementos essenciais ao corpo. A compreensão de como os íons de cobre são transferidos ao interior da célula dá novos insights sobre como um medicamento contra o câncer poderia ser mais eficaz ainda.

A equipe estudou especificamente uma proteína de membrana que transfere íons de cobre – necessário para o normal funcionamento do organismo – entre as células. Este mecanismo pode ser responsável também pela forma como o corpo absorve cisplatina, uma droga comum na quimioterapia usada para combater o câncer.

Já que o cobre, em altas doses, pode ser tóxico ao corpo, a célula lida com os seus íons de forma cuidadosa. Uma molécula acompanhante oferece os íons de cobre a um “portão de entrada” localizado para a área externa da célula, e outro acompanhante em seguida pega os íons e os carrega para vários destinos no interior celular.

Os pesquisadores sugerem que este delicado sistema é mantido porque um íon de cobre é passado por vez ao transportador, garantindo o máximo de controle sobre o que sai e o que entra. “Desta forma, não há risco de trazer muitos íons de cobre a uma proteína de uma só vez, o que em última instância previne reações químicas perigosas entre os íons e reagentes abundantes presentes dentro da célula”, explica Bem-Tal. Uma vez que o íon passou para a célula, o transportador está apto novamente a captar outro íon se necessário.

Este mecanismo também pode ser responsável pela transferência do medicamento da quimioterapia com cisplatina. Com estas informações, os pesquisadores podem melhorar a transferência da droga no corpo, ou desenvolver um remédio mais eficaz contra muitas doenças. Um artigo sobre a pesquisa foi publicado no Proceedings of National Academy os Sciences.

Luz imperceptível das explosões de raios-gama NÃO é invisível

Submitted by Ciência Diária on Thursday, 16 December 2010Sem comentários
A impressão artística mostra uma explosão de raios-gama em uma região de formação de estrelas. As explosões de raios-gama estão entre os eventos mais energéticos do universo, mas algumas aparecem curiosamente esmaecidas na luz visível. O estudo mostrou que elas são obscurecidas pela poeira existente entre o local da explosão e a Terra. Crédito: ESO/L. Calçada.

A impressão artística mostra uma explosão de raios-gama em uma região de formação de estrelas. As explosões de raios-gama estão entre os eventos mais energéticos do universo, mas algumas aparecem curiosamente esmaecidas na luz visível. O estudo mostrou que elas são obscurecidas pela poeira existente entre o local da explosão e a Terra. Crédito: ESO/L. Calçada.

Explosões de raios gama (GRBs), fugazes eventos que duram menos de um segundo a vários minutos, são detectadas pelos observatórios orbitais que podem captar sua radiação de alta energia. Treze anos atrás, no entanto, astrônomos descobriram um fluxo mais duradouro de radiação menos energética proveniente destas explosões violentas, que podem durar semanas ou mesmo anos após a explosão inicial. Os astrônomos chamam a isto de “incandescência pós-explosão” (tradução do termo inglês afterglows).

. Alguns astrônomos suspeitavam que estas incandescências escuras pudessem ser exemplos de toda uma nova classe de erupções de raios-gama, enquanto outros pensavam que todas elas poderiam estar a distâncias muito grandes. Estudos anteriores tinham sugerido que a poeira entre nós e a explosão poderia também explicar por que elas eram tão indistintas.

“Estudar as ‘incandescências pós-explosões’ é vital para aumentar nossa compreensão dos objetos que se tornam erupções de raios-gama e o que elas nos dizem sobre a formação de estrelas no universo precoce,” diz o autor líder do estudo Jochen Greiner, do Instituto Max-Planck para física extraterrestre em Garching bei München, Alemanha.

A NASA lançou o satélite Swift no final de 2004. De sua órbita acima da atmosfera da terra, ele pode detectar erupções de raios-gama e retransmitir imediatamente suas posições para outros observatórios para que as “incandescências pós-explosão” pudessem ser estudadas. No novo estudo, os astrônomos combinaram dados do Swift com novas observações feitas usando o GROND — um instrumento dedicado de observação de acompanhamento de rajadas de raios-gama, atrelado ao telescópio MPG/ESO de 2,2 metros em La Silla, no Chile. Deste modo, os astrônomos conclusivamente resolveram o enigma da “incandescência pós-explosão” óptica ausente.

Combinando dados GROND obtidos através de sete filtros com observações Swift, os astrônomos foram capazes de determinar com precisão a quantidade de luz emitida pela “incandescência pós-explosão” em comprimentos de onda muito díspares, desde os de raios-X de alta energia até aos próximos ao infravermelho. Os astrônomos utilizaram essa informação para medir diretamente a quantidade de poeira atravessada pela luz em rota para a Terra. Anteriormente, os astrônomos tinham que confiar em estimativas aproximadas do conteúdo de pó.

A equipe usou uma gama de dados, incluindo suas próprias medições do GROND, além de observações feitas por outros grandes telescópios, incluindo o Very Large Telescope ESO, para estimar as distâncias para quase todas as erupções da amostra. Enquanto eles descobriam que uma percentagem significativa de erupções eram obscurecidas em torno de 60% da intensidade original pela poeira, este efeito era exagerado para aquela muito distantes, permitindo que o observador visse apenas 30% da luz. Os astrônomos concluíram que as erupções de raios-gama menos visíveis eram simplesmente aquelas que tiveram sua pequena quantidade de luz visível completamente dissipada antes de chegar até nós.

Bomba de Antimatéria



Bomba Atômica

O livro Anjos e Demônios, de Dan Brown, conta a incrível jornada Robert Langdon, para tentar salvar o Vaticano de uma explosão com uma nova arma, criada pelo CERN (Organização Europeia Para Investigação Nuclear), a Antimatéria.

Mas o que é a antimatéria?
A natureza é composta de partículas elementares, como os prótons, nêutrons, elétrons, que basicamente constituem a matéria. O nome antipartícula, no entanto, é reservado a partículas mais raras encontradas apenas nos raios cósmicos, nos decaimentos de substâncias radioativas e nos aceleradores de partículas.

A mecânica quântica explica que, no processo de criação de pares, um fóton de energia elevada - ao colidir com o núcleo - perde toda sua energia, dando origem a um par de partículas, o elétron e o pósitron.
Um pósitron é uma partícula que tem todas as características de um elétron, exceto o sinal de sua carga, que é o oposto do elétron.
O processo inverso também pode ser analisado, quando um par elétron-positron (matéria-antimatéria), estando essencialmente em repouso e próximos um do outro, se unem, são aniquilados. Esse processo recebe o nome de aniquilação de pares, dando origem a dois fótons que se movem em sentidos opostos.

A produção de dois fótons pode ser explicada devido ao fato de que, se os elementos (elétron-pósitron) estão inicialmente em repouso, seu momento inicial é igual a zero, porém, um único fóton não pode ser criado com momento igual a zero.
Podemos concluir então que, quando uma partícula de antimatéria se choca com uma partícula de matéria ocorre a aniquilação de ambos, originando radiação gama (γ), que libera uma grande quantidade de energia.

Segundo o livro Anjos e Demônios, ¼ de grama de antimatéria teria energia suficiente para destruir completamente a cidade do Vaticano. Se comparada com a bomba atômica lançada em Hiroshima, que possuía um núcleo de 10 kg de urânio 235 e produzia uma energia de 84x1012 J (20 kilotons), ¼ de grama da bomba de antimatéra seria necessário para produzir 42x1012 J (10 kilotons) de energia. Uma explosão e tanto para uma quantidade tão pequena de partículas.
Segundo o CERN, são produzidos 107 antiprótons por segundo em seu acelerador de partículas. Eles afirmam também que 1g (um grama) de antiprótons equivale a, aproximadamente, 6x1016 partículas, e seriam necessários 6x1030s para produzir essa quantidade, ou seja, aproximadamente 2 bilhões de anos.

Portanto, se você conhece alguém que pretende criar uma bomba como esta, com ¼ de grama de antimatéria, diga a essa pessoa que ela terá que esperar pelo menos 500 milhões de anos.

Por Kleber Cavalcante
Graduado em Física
Equipe Brasil Escola

Teoria do Caos



Símbolo da teoria do caos

A teoria estabelece que uma pequena mudança ocorrida no início de um evento qualquer pode ter conseqüências desconhecidas no futuro. Isto é, se você realizar uma ação nesse exato momento, essa terá um resultado amanhã, embora desconhecido. O meteorologista norte-americano Edward Lorenz descobriu, no início da década de 1960, que acontecimentos simples tinham um comportamento tão desordenado quanto à vida. Ele chegou a essa conclusão após testar um programa de computador que simulava o movimento de massas de ar.

Em busca de uma resposta Lorenz teclou um dos números que alimentavam os cálculos da máquina com algumas casas decimais a menos, na expectativa de que o resultado tivesse poucas mudanças. No entanto, a pequena alteração transformou completamente o padrão das massas de ar. Segundo ele seria como se o bater das asas de uma borboleta no Brasil causasse, tempos depois, um tornado no Texas. Fundamentado em seus estudos, ele formulou equações que demonstravam o “efeito borboleta”. Origina-se assim a Teoria do Caos. Alguns cientistas concluíram também que a mesma imprevisibilidade aparecia em quase tudo, do número de vezes que o olho pisca até a cotação da Bolsa de Valores. Para reforçar essa teoria, na década de 1970 o matemático polonês Benoit Mandelbrot notou que as equações de Lorenz coincidiram com as que ele próprio havia feito quando desenvolveu os fractais (figuras geradas a partir de fórmulas que retratam matematicamente a geometria da natureza, como o relevo do colo, etc.). A junção do experimento de Lorenz com a matemática de Mandelbrot indica que a Teoria do Caos está na essência de tudo, dando forma ao universo.

Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola

Por que tomamos choque quando tocamos outra pessoa?


Os corpos ditos eletricamente neutros são corpos que apresentam em sua estrutura o mesmo número de prótons e elétrons.

Corpos podem apresentar desequilíbrio em sua neutralidade em razão da diferença na quantidade de cargas positivas e negativas de sua estrutura e estes, quando em contato com outros corpos (carregados com cargas opostas ou neutros), ocasionam o movimento ordenado de cargas elétricas, gerando corrente elétrica. A passagem de corrente elétrica por um determinado corpo (condutor) é o que ocasiona o choque elétrico.

Pessoas que possuem acúmulo de cargas estáticas (acúmulo provocado geralmente pelo processo de eletrização por atrito, geralmente mais expressivas em dias secos) quando em contato com outras que estejam carregadas por cargas de sinal oposto ou neutras, tomarão choque devido ao movimento de cargas elétricas de um corpo para outro, até que ambas encontrem-se neutralizadas.


Ao manusear placas de computador, o acúmulo de cargas estáticas existentes nas mãos deve ser neutralizado,
evitando assim que a placa seja danificada

Por Frederico Borges de Almeida
Graduado em Física
Equipe Brasil Escola

Formação de um arco-íris



Arco íris, um fenômeno óptico

O arco-íris é um fenômeno óptico que se forma em razão da separação das cores que formam a luz solar. Ele pode ser observado sempre que existirem gotículas de água suspensas na atmosfera e a luz solar estiver brilhando acima do observador em baixa altitude ou ângulo, ou seja, ele pode acontecer durante ou após uma chuva. Esse acontecimento ocorre em razão da dispersão da luz.

Dispersão é o fenômeno que causa a separação de uma onda em vários componentes espectrais.

A luz do sol é uma onda de luz branca formada por várias cores, quando essa luz incide sobre uma gota de água os raios luminosos penetram nela e são refratados, sofrendo assim a dispersão. O feixe de luz colorido, dentro da gota, é refletido sobre a superfície interna da mesma e sofre novo processo de refratação, motivo que provoca a separação das cores que um observador consegue ver. É evidente que essa dispersão ocorre com todas as gotas de água que estiverem na superfície recebendo a luz proveniente do Sol.

O arco-íris não existe, trata-se de uma ilusão de óptica cuja visualização depende da posição relativa do observador. É importante salientar que todas as gotas de água refratam e refletem a luz da mesma forma, no entanto, apenas algumas cores resultantes desse processo é que são captadas pelos olhos do observador.

Por Marco Aurélio da Silva
Equipe Brasil Escola

O Combustível do Sol



Sol

O Sol, maior corpo astro do sistema solar, representando cerca de 98% de toda a massa do sistema, é a estrela que nos fornece a luz e o calor necessários para a manutenção da vida na Terra.

A temperatura externa do nosso astro Rei é de aproximadamente 6000º C provinda de uma grande concentração de energia liberada pelo seu núcleo.
Toda essa energia começa a partir de uma fusão nuclear. Quatro núcleos de hidrogênio se chocam para formar um núcleo de hélio. Nesse processo, verifica-se que o núcleo de hélio é menos massivo do que os quatro núcleos de hidrogênio. Isso ocorre porque durante a fusão nuclear libera-se uma grande quantidade de energia.
A temperatura no núcleo do Sol chega a, aproximadamente, 15.000.000º C, e a pressão chega a ser 340 bilhões de vezes maior que a pressão atmosférica da Terra ao nível do mar (1 atm = 760 mmHg = 1x105 N/m2).

A energia liberada pelo núcleo é levada até a superfície através de um processo conhecido como convecção térmica. Cerca de 700 milhões de toneladas de hidrogênio são convertidas em hélio e liberam cerca de 5 milhões de toneladas de energia pura. Essa constante liberação de energia implica em uma diminuição da massa da estrela.

Na superfície do sol podem ser observadas manchas provenientes de regiões de menor temperatura, e regiões de explosões, que muitas vezes chegam a ser muito maior do que a Terra.
Nos últimos anos, a diminuição dessas manchas tem preocupado cientistas do mundo inteiro, pois esse fenômeno é responsável pelos ventos solares que ajudam a manter a radiação cósmica longe do centro do sistema solar, o que pode prejudicar o trabalho de astronautas que não estão devidamente protegidos para esse tipo de radiação.

Por Kleber Cavalcante
Graduado em Física
Equipe Brasil Escola

Os Cristais Líquidos



Cristal Líquido

Na escola aprendemos que existem três estados da matéria: sólido, líquido e gasoso. No estado sólido as moléculas estão bem próximas uma das outras, mantendo sempre a mesma posição em relação uma às outras. No estado líquido acontece o contrário, as moléculas estão um pouco mais distantes umas da outras, elas podem se mover e mudar sua orientação em qualquer direção do líquido. No estado gasoso as moléculas têm ainda mais liberdade, podendo dessa forma se mover em qualquer direção, como também mudar a sua orientação. Apesar de aprendermos apenas esses três estados, há algumas substâncias que possuem um estado peculiar que é o líquido e o sólido ao mesmo tempo, são os chamados cristais líquidos.

Os cristais líquidos são materiais que apresentam estado da matéria compreendido entre os estados sólido e líquido, assim sendo, esses materiais apresentam características tanto da fase sólida quanto da fase líquida. Nesse estado as moléculas mantêm sua orientação, mas também se movimentam em várias direções, assim como no sólido e no líquido respectivamente. Esses materiais são constituídos na sua maioria por moléculas orgânicas anisométricas. Essas moléculas possuem dimensões bem maiores que as outras, podendo ter forma alongada ou de disco.

Existe uma variedade de substâncias que se encontram na fase sólida ou líquida. Da mesma forma existem várias substâncias de cristal líquido. De acordo com a temperatura e a natureza, os cristais líquidos podem se apresentar em diferentes fases como, por exemplo, na fase nemática. Essa fase é a que torna possível a fabricação das TVs de LCD. Dentre todas as características dos cristais líquidos, a que mais se destaca é o fato de essas substâncias serem afetadas por correntes elétricas. O cristal líquido chamado de nemático torcido, um cristal que se encontra na fase nemática, encontra-se naturalmente torcido. Ao aplicar uma corrente elétrica sobre esses cristais faz com que eles se destorçam em vários graus, dependendo da intensidade da tensão que é aplicada sobre ele. As TVs de LCD utilizam esse cristal líquido porque ele reage à passagem da corrente elétrica controlando, dessa forma, a passagem da luz.

Alguns cristais líquidos são sensíveis a pequenas variações de temperatura, de forma que através dessa variação eles podem mudar de cor. Essa propriedade é aproveitada na construção de termômetros de cristal líquido. Outras aplicações dos cristais líquidos são os suportes de copo e o display de cristal líquido (LCD). O primeiro possui uma camada que é sensível a pequenas variações de temperatura, possibilitando assim uma variedade de cores a serem observadas pelo usuário. Já o segundo é um tipo de mostrador que vem sendo muito utilizado nos aparelhos digitais no lugar dos chamados LEDs.

Por Marco Aurélio da Silva
Equipe Brasil Escola

O Neutrino



Bilhões de neutrinos atravessam a terra a cada segundo

A existência dos neutrinos foi proposta por Wolfgang Pauli, em 1930, não só para explicar a distribuição da energia dos elétrons e pósitrons no decaimento Beta, mas também para evitar que a lei da conservação do momento angular fosse violada.

O neutrino é uma partícula que, teoricamente, não tem massa e nem carga elétrica, e por esse motivo interage fracamente com a matéria. O caminho médio de um neutrino de alta energia na água é da ordem de milhares de anos-luz. Ao mesmo tempo, os neutrinos, gerados no big bang - que presumivelmente assinalou a criação do universo, são as partículas mais abundantes que a física conhece, com bilhões delas atravessando a cada segundo o corpo de cada habitante da Terra sem deixar nenhum vestígio.

Os neutrinos foram observados em laboratório pela primeira vez em 1953, por F. Reines de C. L. Cowan, entre as partículas geradas por um reator nuclear de alta potência. Em 1995, Reines, o único membro vivo da dupla, recebeu o Prêmio Nobel de física por este trabalho.

As reações nucleares que ocorrem no Sol produzem grandes quantidades de neutrinos.

Por Kléber Cavalcante
Graduado em Física
Equipe Brasil Escola

Meia-Vida


A meia vida de um elemento radioativo é o intervalo de tempo em que uma amostra deste elemento se reduz à metade. Este intervalo de tempo também é chamado de período de semidesintegração.

À medida que os elementos radioativos vão se desintegrando, no decorrer do tempo, a sua quantidade e atividade vão reduzindo e, por consequência, a quantidade de energia emitida por ele, em razão da radioatividade, também é reduzida.

Uma característica interessante dos elementos radioativos é que em virtude da desintegração que eles sofrem, a massa que eles possuem é reduzida; nos períodos de semidesintegração, a massa é reduzida pela metade, deixando ainda a outra metade por se desintegrar, que também passará pelo período de semidesintegração e assim sucessivamente. E este processo vai acontecendo repetidamente de tal forma que a massa é reduzida, mas nunca chega a ser zero.


Relação massa – meia-vida

M = massa residual (kg)
Mo = massa inicial (kg)
X = quantidade de meias-vidas

A expressão citada anteriormente permite-nos perceber que os elementos radioativos duram eternamente.

Computação Quântica



Tranferência de Fótons na computação quântica

Você já imaginou que um computador pode ser construído a partir do cafezinho que você toma diariamente?

É isso mesmo, as moléculas da cafeína são compostos fundamentais dos computadores quânticos, um novo tipo de computador que pretende revolucionar todo que você já viu sobre informática.

Em virtude de suas propriedades físico-químicas, as moléculas da cafeína seriam usadas na fabricação de biochips, microcircuitos que usam moléculas como unidades de informações.

O grande segredo do avanço computacional é a miniaturização dos componentes eletrônicos, como os diodos, os transistores, os resistores e os capacitores, presentes nos microprocessadores e microcircuitos. Porém, essa redução nas dimensões dos componentes está chegando ao limite.

Se tais componentes tornarem-se muito pequenos, fenômenos quânticos passarão a interferir em seu funcionamento.
O chamado teletransporte quântico, que é a possibilidade de transferência de informações entre dois elétrons – através de um quanta de energia (fóton) – sem que haja interação entre esses elétrons, está sendo utilizado para o processo de fabricação de um supercomputador.

Nos modelos convencionais, os computadores trabalham com sistemas binários, chamados bits, que assumem valores definidos 0 ou 1, enquanto nos computadores quânticos são utilizados os quantum bits (qubits). Esses qubits podem estar em sobreposições quânticas de 0 e 1, assim como um fóton pode estar em sobreposição de polarização horizontal ou vertical. De fato, ao enviar um fóton individual, um teletransportador quântico básico transmite um único qubit de informação quântica.

O computador quântico consegue trabalhar com uma sobreposição de várias informações diferentes ao mesmo tempo. Ele poderia executar um algoritmo simultaneamente em um milhão de dados, usando uma quantidade em qubits igual à quantidade de bits que um computador convencional usaria para executar o mesmo algoritmo em um dado individual.
Simplificando; esse estado quântico aumenta muito a capacidade de manipulação das informações, permitindo que o computador quântico realize em frações de tempo o trabalho requerido pelos computadores convencionais.
Por exemplo: Estima-se que um computador comum levaria vários milhões de anos para decompor em fatores primos um número com mil algarismos. No entanto, o computador quântico levaria, para realizar a mesma tarefa, cerca de vinte minutos.

Até agora, apenas os elementos mais rudimentares dos computadores quânticos foram construídos: portas lógicas capazes de armazenar um ou dois qubits. A concretização de um computador quântico, mesmo de pequena escala, ainda está bem distante. Um problema chave é transferir dados quânticos com segurança entre diferentes portas lógicas ou processadores, seja em um único computador ou em redes.

Por Kléber Cavalcante
Graduado em Física
Equipe Brasil Escola